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Copacabana Discos – O auge e fim da gravadora mais sertaneja da história

Nessa onda de “novo sertanejo”, pirataria e downloads, muita gente desconhece a história de uma das mais importantes gravadoras para a música sertaneja, a Copacabana Discos. Com a ajuda de um amigo pesquisei um pouco, e trago essa interessante história para vocês. Graças a Deus temos no blog leitores com altíssimo nível de conhecimento, então se alguma coisa não coincidir, por favor, me corrijam via comentários.

Fundada em 1948, no Rio de Janeiro, a gravadora transferiu-se para São Bernardo do Campo/SP na década seguinte, instalando-se no bairro Taboão, sua logomarca era uma borboleta azul estilizada. Na cidade paulista, a empresa produzia e prensava os discos de vinil e as fitas cassetes, gerando centenas de empregos. Em seu ápice (nos anos 70 e 80), chegou a ter mais de mil funcionários. A Copacabana era uma “fábrica” de cultura e uma das maiores gravadoras do Brasil, responsável por revelar artistas como Paulo Sérgio, Maysa, Trio Parada Dura, Chitãozinho & Xororó e Zezé Di Camargo & Luciano, além de ter em seu elenco nomes como Raul Seixas, Agnaldo Rayol, Angela Maria e Waldick Soriano.

Segundo Adiel Macedo de Carvalho, presidente da gravadora na época, o “atrevimento” era marca registrada da Copacabana. “Investíamos, mas nem sabíamos se o disco iria fazer sucesso. A Copacabana foi pura ousadia empresarial, em uma época diferente onde tudo era caro. Hoje as gravadoras contratam artistas que já são conhecidos, mesmo que regionalmente, naquela época contratávamos sem ninguém conhecer.”

Depois do estrondoso sucesso de “Fio de Cabelo” de Chitãozinho & Xororó em 1982, as portas se abriram de vez para as duplas sertanejas e a gravadora passou a investir pesado no segmento. Nesse período, a Copacabana incorporou a seu “casting” outros nomes sertanejos como João Mineiro & Marciano, Gilberto & Gilmar e Trio Parada Dura e estes artistas se tornaram os recordistas de venda da empresa.  No final dos anos 1980, Chitãozinho & Xororó e João Mineiro & Marciano foram contratados pela multinacional Polygram que, até entao não contava com sertanejos em seu quadro. Nesse meio tempo, outros grandes cantores começaram a se desligar da  Copacabana, alguns por estarem se separando e outros por estarem encerrando suas carreiras.

A história de Zezé Di Camargo & Luciano na Copacabana começou, quando a gravadora passou a procurar nesta mesma época (inicio dos anos 90), novos talentos para não perder a a hegemonia que tinha no mercado. Contrataram então Alan & Aladim, que logo de cara explodiram com o hit “Liguei Pra Dizer Que Te Amo”, porém o sucesso não foi o mesmo nos LP´s seguintes. Vieram então outras quatro duplas, entre elas Zezé Di Camargo & Luciano e Guto & Halley  (dupla que tinha o mesmo timbre de Chitãozinho e Xororó). Guto & Halley até fizeram algum sucesso em parcerias com Nelson Ned, mas não venderam o que a gravadora queria e perderam o contrato. E em um momento ruim da gravadora  Zezé Di Camargo & Luciano estouraram com “É o Amor”.

No filme “2 Filhos de Francisco”, existe uma cena onde um produtor diz a Zezé que a dupla é boa, mas falta um sucesso, que o disco está fraquinho. Na verdade não era um produtor, era Adiel Macedo, dono da gravadora que temia que Zezé Di Camargo & Luciano repetissem o fracasso das duplas anteriores e acabassem rápido. A explosão de “É o Amor” fez com que a gravadora colocasse o disco nas lojas e com o sucesso recuperasse seus investimentos anteriores. Depois do bem-sucedido primeiro disco de Zezé & Luciano,  a Copacabana não perdeu tempo e correu para planejar uma grande ação de marketing para o lançamento do segundo LP. A espectativa de fãs e crítica era grande, seria o segundo trabalho tão bom quanto o primeiro? Zezé aproveitando sua ótima fase de composições escolheu “Coração está em Pedaços” para ser a música de trabalho desse novo LP. O sucesso foi tão grande que a gravadora precisou terceirizar o serviço de prensagem para atender a demanda.

Mas nem todo o sucesso de Zezé Di Camargo & Luciano fez com que a Copacabana continuasse no mercado. Pouco tempo depois a dupla foi contratada pela Columbia (Sony Music/CBS) que nao tinha sertanejos em seu casting, mas contava com Roberto Carlos. Com uma gravadora forte e boa visibilidade nacional e internacional, a dupla só cresceu e se tornou uma das maiores do Brasil.  Todo o acervo da Copacabana foi comprado pela gravadora EMI Odeon, menos o de Zezé Di Camargo & Luciano, que foi comprado pela Sony. Em posse dos direitos, a Sony Music  relançou os dois primeiros álbuns em CD, e com isso conseguiu um grande retorno.

Na metade da década de 1990, outros artistas foram repassados á gravadoras internacionais e o catálogo da Copacabana Discos foi vendido.  As atividades do selo brasileiro foram encerradas devido à grande concorrência com as gravadoras estrangeiras e ao aumento da pirataria de discos e fitas cassete pelo mundo. Curiosamente, em uma entrevista ao jornal Diário Popular em 1979, Adiel Macedo de Carvalho previa que em toda a esfera musical haveria uma drástica mudança, com o advento dos computadores.

Em entrevista ao jornal ABCD Maior, em 1997, os moradores da rua Eugênia de Sá Vitale, no Bairro do Taboão, dizem que têm saudades dos tempos da Copacabana. O aposentado Pedro Alcântara Carreto é um deles. Ele se lembra quando a gravadora chegou ao local, o bairro ainda tinha poucos moradores: “O comércio era sustentado praticamente pelos funcionários da gravadora”, recorda o aposentado. Mas o que marcou Carreto foi o lançamento dos primeiros discos de Chitãozinho & Xororó, Roberta Miranda e Raul Seixas. “Cheguei a vê-los algumas vezes em uma padaria próxima à gravadora”, recorda.

Na época de ouro da gravadora, outros artistas sertanejos fizeram parte de seu elenco: Liu & Léu, Tonico & Tinoco, Teodoro & Sampaio e As Marcianas.