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“Coração Louco”, ou quando o sertanejo poderia ser country…

Hoje fiz minha estréia como colunista do site BIS da MTV. Meu amigo/chapa/parceiro Timpin ajeitou o esquema e agora o Marcão aqui também escreve para o BIS MTV, hehehe. Agradeço de coração a oportunidade. Na minha estréia, um texto sobre o filme “Coração Louco” (Crazy Heart), e como ele é um dos melhores filmes sobre música sertaneja já feitos, mesmo falando sobre música country. Cliquem AQUI para lê-lo diretamente no portal da MTV. Vou postá-lo hoje aqui no Blognejo também, só pra dar o gostinho. Os próximos textos que escreverei para a coluna, no entanto, provavelmente não serão postados aqui. Então, fiquem de olho nas novidades.

Na semana passada, assisti ao filme “Coração Louco”, que rendeu o Oscar de melhor ator ao sempre excelente Jeff Bridges. Para quem não sabe ainda, o filme conta a história de um período conturbado na vida de um fictício cantor country decadente. Não sou adepto do country e, para ser sincero, nunca gostei da comparação da música sertaneja brasileira com a música country norte-americana. O foda é que esse filme, americano, sobre um cantor country, talvez seja o melhor filme sobre cantores sertanejos que eu já tenha visto.

A comparação da música sertaneja com a música country começou nos anos 90, com a popularização das paródias/versões das músicas desse segmento e a participação freqüente de medalhões desse estilo em discos de duplas e artistas ultra populares no Brasil daquela década. A lenda Willie Nelson participou de um disco da dupla Zezé di Camargo & Luciano. Billie Ray Cyrus (o pai da Hanna Montana) gravou umas duas participações com Chitãozinho & Xororó, que também gravaram com a Reba McEntire. Leonardo gravou com Alan Jackson. Mais recentemente, Edson & Hudson gravaram com Kenny Rogers. Todas essas gravações, aliás, foram versões das músicas originais. Se juntarmos tudo isso com o outro porrilhão de versões de músicas country norte-americanas, teremos, no mínimo, 20 % do repertório de toda a música sertaneja dos últimos 20 anos.

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Daí a sempre freqüente comparação entre os segmentos. Claro, óbvio e evidente que existem certas semelhanças, principalmente por conta dessas versões. A essência da música sertaneja, no entanto, permaneceu a mesma. O padrão “duplas”, pouco comum à música country, nunca sofreu alterações. Os violinos, banjos, bandolins e demais instrumentos exaustivamente utilizados na música country só foram usados de maneira consistente nos discos da dupla Chitãozinho & Xororó e, em menor grau, da dupla Edson & Hudson. Só mais recentemente, com Fernando & Sorocaba, foi que se percebeu uma influência maior dessa pegada. Mas só com eles.

No decorrer das décadas, na verdade, o que se percebia era a popularização de certos instrumentos que pouco ou nada tinham a ver com a música country. Nos anos 70, os instrumentos de sopro e a arpa dominaram. Influência das rancheiras mexicanas e do folclore da América Latina, principalmente do Paraguai. Nos anos 80, prevalência de arranjos com orquestras. Nos anos 90, mesmo com a insistência de Chitãozinho & Xororó, os arranjos com violões de nylon ou guitarras dobradas ditaram a tendência durante praticamente toda o tempo. E na última década, finalmente, o “acústico” com violões de aço e acordeons prevaleceu. Enfim, nada de violinos, banjos e bandolins. A influência country, então, ficou restrita às versões, que nada mais são que paródias de sucessos norte-americanos, totalmente sem identidade e criatividade.

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O melhor elemento do lado positivo da música country, e que deveria, esse sim, ser puxado para a música sertaneja sem dó nem piedade, é a dignidade e respeito com que esse segmento é tratado em seu país de origem. Premiações, abordagem digna na imprensa, reconhecimento à genialidade de determinados artistas, entre outros fatores, são coisas que deixam a música country num patamar muito mais elevado que a nossa música sertaneja. Nós (nisso eu me incluo, tanto por manter um blog sobre música sertaneja quanto por ser um cantor e entusiasta desse estilo) nos acostumamos a ser tratados como a “parte podre” da cultura brasileira. Isso quando alguém ainda tem a coragem de dizer que música sertaneja é cultura.

Sim, porque no Brasil é preciso coragem para alçar a música sertaneja ao status de “cultura”. Credo! Dois caras de calça colada, com o “pacote” em evidência, um fivelão, uma bota apertada com uma ponta daquelas que a gente usa pra matar barata nos cantos da casa, um chapéu de cowboy… Credo, o Brasil tem vergonha disso. A elite cultural não aceita que esse tipo de música, feita por gente sem estudo, que cresceu plantando tomate, capinando a roça e se apresentando aos domingos de manhã na rádio da cidade mais próxima. Não, esse não pode ser o retrato do povo brasileiro. É uma vergonha para a música do nosso país, que prefere exportar vozes sem expressão tocando samba de branco com um violãozinho de nylon e, às vezes, um piano. Samba de branco não, bossa nova (desculpem a troca de palavras).

Mas onde entra a porra do filme nesse lamento todo? Muito bem. A história aborda um certo período na vida de um decadente cantor country. Nesse meio tempo, problemas com alcoolismo, relacionamentos amorosos mal sucedidos e o pouco reconhecimento do público que, em outros tempos, o aplaudia exaustivamente. Basicamente, conta a história de boa parte dos artistas que fizeram da nossa música sertaneja o que ela é hoje. Mas o filme não é sobre música country? Sim, mas também é um dos melhores filmes sobre música sertaneja já feitos. O diretor do filme, claro, nem faz idéia da nossa existência, mas ainda assim captou a essência do que somos: homens e mulheres com problemas, mas ainda assim com sonhos e dignidade. Dignidade que a elite cultural brasileira ainda reluta em nos outorgar.

Na história da cinematografia brasileira, apenas o filme “Dois Filhos de Francisco” mostrou o segmento sertanejo de uma forma tão sincera e verdadeira. O problema foi que a avassaladora popularidade da dupla tema do filme acabou transformando-o num mero blockbuster brasileiro. Os debates sobre a temática abordada ficaram restritos ao sofá da Hebe e aos palcos do Gugu e Faustão. E a gente há de convir que nenhum estudioso do assunto aceitaria entrar num debate que também havia sido promovido por programas “desse nível”. “Eca! Blergh! Credo! Programa de Zé-povinho? Eu? Tenho um nome a zelar.”

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Numa das cenas do filme, a preferida do Jeff Bridges, mas que acabou cortada na edição final, Bad Blake (o protagonista) entoa uma de suas canções num violão, imitando uma pegada blues. Um de seus fãs, ouvindo a toada, reclama que aquilo não era música country. “Country nada mais é que o blues do homem branco”, diz o veterano cantor, pra encerrar a conversa e mostrar em que nível chega o respeito dos americanos pela música country.

No filme “Coração Louco”, a inspiração do protagonista para as composições vem de seus relacionamentos mal sucedidos. Sobrevive de shows em bares e saloons da parte caipira do país. O seu maior fã no filme é um cantor country de sucesso que tinha sido seu pupilo até bem pouco tempo. Putz, só nisso aí já percebemos a evidência de vários marcantes elementos da música sertaneja. O respeito dos americanos pela abordagem do filme é tanta que deram o Oscar ao Jeff Bridges pela atuação e à música “The Weary Kind” o de melhor canção. Fico imaginando quando é que uma premiação de uma melhor canção aqui no Brasil em qualquer coisa que fosse (trilhas sonoras de filmes e/ou novelas) consagraria uma música sertaneja. Creio que morrerei sem ver esse dia chegando.

Não dá pra continuar aceitando essa comparação exagerada entre sertanejo e country, como se fazia há alguns anos. É evidente que a música sertaneja, em sua essência, nada tem a ver com a música country. O caipira brasileiro é bem diferente do caipira norte-americano. O caipira brasileiro cria porcos e galinhas. O americano cria búfalos e cavalos. O caipira brasileiro gosta de viola e sanfona. O americano de banjo e violino. O brasileiro fuma cigarro de palha. O Americano fuma Marlboro.

De semelhanças, apenas o gosto pelos rodeios, a criação de gado, e a forma de puxar o “r” enquanto se fala, se bem que os americanos puxam o “r” e ainda conversam com a boca praticamente fechada para dar o efeito caipira que costumamos ver nos filmes ou nos discursos do ex-presidente George W. Bush. No mais, pouca semelhança se vê. E, infelizmente, filmes como “Coração Louco” ainda vão, creio eu, representar o segmento sertanejo de forma mais digna e honrosa que qualquer coisa que possa ser feita dentro do nosso território por muito tempo. Sertanejo não é country, mas pelo menos nesse aspecto do respeito com que aquele segmento é tratado, bem que poderia ser…

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