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Crise? Que crise? – Parte 2: Pérolas aos porcos

Na semana retrasada postei o primeiro texto desta série que pretende chegar até a parte 3 ou 4. Para quem não leu, CLIQUE AQUI para recapitular o raciocínio e compreender a linha de pensamento que será aplicada na parte 2. Hoje, pretendo aprofundar um pouco mais o debate no lado criativo da teórica, pfffff, “crise” que muitos dizem estar, pffffff, “acabando com a música sertaneja”. Na parte 3, falaremos da crise administrativa e/ou comercial da parada toda para, na parte 4, tentar apontar possíveis soluções (pelo menos na humilde opinião deste que vps escreve) para o, pffffffff, “problema”, se não tivermos feito isso de maneira suficiente já nas partes 2 e 3.

Entre os vários pontos da repercussão da entrevista do Jorge, um deles, desencadeado pela parcela de possíveis atingidos por suas declarações, foi a desconfiguração da real motivação das palavras. A intenção, acredito eu, era muito mais apontar as mazelas das relações entre os profissionais do segmento sertanejo (como eu disse no texto anterior). Mas muita gente preferiu interpretar a entrevista como sendo uma mera reclamação relacionada ao conteúdo da atual música sertaneja. Ao que parece, há uma movimentação no sentido de “tapar o sol com a peneira” para o real problema com o intuito de simplesmente “tirar o rabo da reta”. Traduzindo: o Jorge diz que o mercado sertanejo está uma merda e todo mundo faz parecer que ele está falando das músicas e não dos bastidores.

Há tantas formas de escrever sobre isso que fica difícil achar a expressão que melhor define esse discurso em prol de um bom conteúdo nas músicas. A melhor delas, acredito eu, talvez seja “pérolas aos porcos”.

Vamos tentar falar da forma mais óbvia possível. Imagine uma lanchonete que vende dois tipos de produtos: sanduíche de presunto e sanduíche de cocô. Acontece que a proporção é completamente desigual. Para cada 50 sanduíches de cocô disponíveis para venda, existe apenas 1 sanduíche de presunto. Sendo assim, como é possível para um cliente simplesmente querer comer um sanduíche de presunto se praticamente todo o estoque disponível é de sanduíches de cocô?????

Agora imagine que a lanchonete são as rádios e demais veículos de transmissão de músicas (internet, cds, etc, etc, etc…), que os sanduíches de presunto são as canções de qualidade e os sanduíches de cocô são, dããã, as músicas que não prestam. Acho que está mais do que evidente que o problema com relação ao conteúdo das canções sertanejas parte principalmente de quem fornece o conteúdo. Como é possível exigir do público que escute apenas canções consideradas boas, de qualidade, se ele tem como opções quase que apenas canções consideradas de baixa qualidade, sem conteúdo???

Isso, claro, sem falar do quão subjetivo é o conceito de música “boa” e “ruim”. Aquela veeeelha frase não pode ser mais verdadeira: gosto é igual cu e cada um tem o seu. Uma música pode ser considerada muito boa por uma pessoa e uma grandicíssima bosta por outra. Mas creio que, apesar da subjetividade do conceito, o senso comum acaba condenando por si só as músicas que não são consideradas de qualidade para a maioria. E se isso é, então, uma questão de senso comum, fica mais fácil ainda definir o que é bom e o que é ruim para, assim, lançar um bom conteúdo ao invés de um ruim. Difícil, claro, é separar “senso comum” da mera “implicância”. Os árduos defensores do sertanejo conservador, por exemplo, simplesmente não aceitam a idéia de que os novos artistas podem, sim, produzir um bom conteúdo. Aí já não é senso comum, mas sim pirracinha de criança.

Apesar da deturpação evidente da intenção das palavras do Jorge, uma coisa já é percebida pelos mais atentos. Já está acontecendo uma movimentação no sentido de melhorar o conteúdo das músicas sertanejas. Artistas com mais importância no mercado estão evidentemente preocupados em lançar canções que prezam pelo conteúdo. Pelo menos a maioria deles. Basta ouvir alguns dos principais trabalhos já disponíveis da recente temporada. Jorge & Mateus, Bruno & Marrone, Zezé di Camargo & Luciano, Luan Santana, Paula Fernandes, Victor & Leo, João Carreiro & Capataz, todos estes são exemplos de artistas que levam seus trabalhos para um lado muito mais inteligente e menos da “modinha”. Não por acaso, são alguns dos maiores artistas da música sertaneja atual.

Ora, se os grandes estão preocupados com o conteúdo, será que existe mesmo essa crise que tantos apontam? Poucos são os trabalhos de alcance nacional que, segundo o senso comum, pecam por conta do conteúdo. A maioria dos que o fazem têm alcance meramente regional. Ora, será que isso é, então, motivo para se preocupar? Seria como o primeiro colocado de uma corrida se preocupando com o 15º. Da forma que eu vejo, os grandes estão, pelo menos, fazendo a parte deles, tentando dar o exemplo para os “menores” e valorizando muito mais o conteúdo do que a “modinha”. Cabe aos menores seguir o exemplo e começar de fato a valorizar o conteúdo das músicas que cantam.

O “problema” começa em quem fornece o conteúdo, mas esbarra num segundo gigantesco obstáculo: o gosto popular, que muda a cada temporada e acaba valorizando muito mais o momentâneo, o passageiro. Para resolver esse problema, acho que podemos muito bem seguir exemplos do nosso cotidiano. O problema do aquecimento global, por exemplo, foi implantado de uma forma tão assustadora na cabeça dos cidadãos que agora existe praticamente uma ditadura em prol da preservação do meio ambiente. Outro problema, o da má alimentação e da péssima saúde do povo, também passou a ser encarado como uma epidemia séria e a ditadura do regime e dos exercícios é hoje uma realidade. Por que, então, não implantamos a “ditadura da boa música”? Se esse é um problema tão sério assim e se o segmento sertanejo está correndo tanto risco, por que não fornecemos ao público apenas canções de qualidade e erradicamos o que o senso comum considera ruim?

Apesar de todo sarcasmo das minhas palavras, não creio que haja outra solução para o “problema”. Chega de insultos à inteligência do público. O que mais se vê hoje em dia é gente dizendo que o público só gosta de coisa ruim. Ora, como gostar de coisa boa se tem tão pouca disponível? Ao invés de lavagem, acho que está na hora, então, de jogar as tais “pérolas aos porcos”. Talvez eles agradem do gosto delas, não sei. Só saberemos se tentarmos. O problema é acontecer o que a Bíblia prevê. Assim diz o Evangelho de Mateus, 7:6: “Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem”. Seria o público capaz de “pisar com os pés” em cima de um bom conteúdo e “dilacerar” quem fornece isso a ele para continuar valorizando apenas o que os sabichões julgam ser ruim? Porque se for, aí sim estaremos ferrados.