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Depois de diversas tentativas, o Reggaeton enfim chegou ao sertanejo. E agora?

Depois de diversas tentativas, o Reggaeton enfim chegou ao sertanejo. E agora?

Já não é de hoje que se tenta emplacar o Reggaeton como um subgênero na música sertaneja. A influência de ritmos latinos dentro do nosso segmento, que remete às rancheiras mexicanas e às polcas paraguaias dos anos 70, ainda é fortíssima. Prova disso é a invasão, nos últimos anos, de ritmos como a bachata, originária da república dominicana e que, por sua vez, já tinha servido como base para o arrocha, apesar deste carregar muito mais características brasileiras (mais precisamente baianas, onde surgiu) do que latinas. O Reggaeton, entretanto, sempre encontrou algum tipo de barreira que ninguém nunca soube explicar quando alguém arriscava uma música com essa pegada característica.

Entretanto, o sucesso do ritmo ao redor do mundo e inclusive no Brasil, o que já vem influenciando fortemente outros segmentos musicais daqui, parece ter acendido uma faísca nos profissionais do mercado sertanejo e o ritmo se tornou uma tendência a ser considerada, e que já começa a ser seguida por diversos produtores musicais e artistas.

                          Daddy Yankee e Luis Fonsi, intérpretes de “Despacito”

Reggaeton é a onda do momento, sim, mas não estou me atendo especificamente à música sertaneja ao dizer isso. “Despacito”, sucesso do cantor Luis Fonsi com Daddy Yankee, foi regravada por Justin Bieber e se tornou a primeira música latina a figurar entre as 10 mais da Billboard. Os 1,2 bilhões de visualizações do clipe original da música no Youtube podem ajudar a entender melhor esse fenômeno. No Brasil, a facilidade que o Reggaeton tem, enquanto ritmo, de passear por vários gêneros musicais ao mesmo tempo é um dos maiores motivos da sua entrada, ainda que só agora.

Mesmo que os sertanejos já tivessem tentado em outras épocas, acredito que o Reggaeton deve muito mais ao funk (principalmente ao funk melody) a abertura das portas do país. Muito mais que com o sertanejo, é com o funk melody que o Reggaeton mais se assemelha. Seja pela batida eletrônica característica ou pela própria harmonia percussiva, o fato é que alguns ícones do funk perceberam essa tendência e, numa tentativa clara de abrir caminho para a própria carreira no mercado latino, começaram a beber da fonte. Anitta é, talvez o maior exemplo disso.

                Anitta, a bola do vez nas participações especiais em Reggaetons

Além de inserir nuances de reggaeton (ou de abraçar o ritmo totalmente) no próprio repertório (“Deixa ele Sofrer” tem um quê de Reggaeton, por exemplo, sem falar da música “Essa Mina é Louca”, que também traz o ritmo como base), Anitta também passou a ser enxergada como um caminho para que o Reggaeton encontrasse abrigo no Brasil, principalmente para artistas latinos. O primeiro exemplo foi o do cantor Maluma, que acabou tendo algum destaque por aqui com a música “Sim ou Não”, gravada com a Anitta. Outro cantor latino, J Balvin, também tentou o mesmo caminho, gravando o reggaeton “Ginza” com a Anitta.

                                                 Maluma, ídolo do Reggaeton

Mas o caso do Maluma é mais icônico. Primeiro porque ele já havia tentado uma entrada no país ao participar do DVD do cantor Lucas Lucco em 2014, mas cantando uma versão eletrônica de “Princesinha”. Talvez por isso ele não tenha emplacado na época, já que sua praia é mesmo o Reggaeton. E segundo porque, desta vez, Maluma está chegando ao país com um peso muito maior do que o daquela época. Além do hit “Sim ou Não”, ele agora tem a seu favor o fato de ser o único cantor com 6 canções entre as 50 mais vistas diariamente no Youtube no mundo. Agora, a dupla Bruninho & Davi já prepara uma canção em parceria com ele, que deve sair nos próximos dias, através de uma iniciativa da Oracle Brasil e do produtor Dudu Borges.

                    Bruninho & Davi lançam em breve uma canção com Maluma

Voltando novamente à Anitta, essa proximidade da cantora com o Reggaeton também começou a ser usada como argumento para participações especiais dela em canções de outros artistas, e com sucesso. Além de “Sim ou Não” no ano passado, 2017 traz pelo menos dois Reggaetons estourados com cantores brasileiros, ambos com a participação da Anitta: “Você partiu meu coração”, do Nego do Borel, e “Loka”, com Simone & Simaria.

A música de Simone & Simaria pode ser encarada, talvez, como a primeira incursão do Reggaeton no gênero sertanejo que realmente deu certo. Os números alcançados pela música são uma prova disso. Curiosamente, no entanto, “Você partiu meu coração”, do Nego do Borel, soa muito mais sertaneja, por trazer um acordeon em sua harmonia, além da participação do Wesley Safadão. E antes de Simone & Simaria e sua “Loka”, artistas como Pedro Paulo & Alex já traziam o Reggaeton em sua musicalidade. “Esqueceu do Ex”, por exemplo, traz o ritmo em parte da sua harmonia. E diversas outras músicas da dupla já traziam uma clara influência dele.

                           Simone & Simaria emplacaram o Reggaeton “Loka”

O sucesso de “Loka”, que prova que o reggaeton tem sim espaço em rádios sertanejas, e o sucesso que o ritmo vem fazendo mundo afora, acenderam o interesse dos sertanejos pelo gênero e, agora, vários outros artistas tem ensaiado lançamentos dessa natureza. “Acordando o Prédio”, por exemplo, do Luan Santana, foi reinventada e rearranjada para abraçar o Reggaeton. Fechou o mês de abril como a música mais executada nas rádios do país. O clipe gravado em Cuba já mostra, também, um certo flerte do Luan com o mercado latino, que pode se abrir pra ele com um trabalho bem feito com essa música por lá.

Depois de “Loka” e de “Acordando o Prédio”, vários sertanejos começam a preparar músicas com o reggaeton como base ou que, de certa forma, tenham a ver com esse universo. Bruno & Marrone acabaram de lançar um Reggaeton em castelhano, por exemplo. E inédito, ainda por cima. Há rumores, além disso, que a Audiomix adquiriu os direitos de adaptação de dezenas de sucessos do Reggaeton para a língua portuguesa. Coincidência ou não, a atual música de trabalho do Israel Novaes é uma versão de “Despacito”. Artistas como Pedro Paulo & Alex e produtores como o uruguaio Augusto Cabrera devem nadar de braçada nessa nova onda. Mas, claro, como em qualquer invasão de um novo ritmo no gênero sertanejo, existem prós e contras.

                    Pedro Paulo & Alex já navegam há tempos pelo Reggaeton

A seu favor, o Reggaeton tem o fato de ser um ritmo altamente popular. Além disso, a semelhança com a vaneira faz com que ele não soe assim tão estranho aos ouvidos do público sertanejo, sem falar que qualquer vaneira pode ser adaptada ao Reggaeton sem perder a essência rítmica (vide “Acordando o Prédio”). E um terceiro ponto positivo seria o fato de que o Reggaeton traria de volta, novamente, um ritmo mais dançante, preenchendo a lacuna deixada pelo arrocha, já que desde a queda do arrocha o sertanejo voltou a focar no “brega” das bachatas, que priorizam muito mais a bebedeira do que a dança.

Contra o ritmo, pesa o fato dele ser originalmente tachado como “caliente”, “picante”. Ao trazer o ritmo para o sertanejo, pode ser que os compositores e artistas foquem excessivamente na sensualidade em detrimento da música propriamente dita. Os dois exemplos citados acima, por exemplo, destacam bastante o lado sensual, principalmente nos clipes. Se seguir nessa linha, o Reggaeton pode encontrar o mesmo destino do arrocha e acabar sendo expurgado do rádio pelos próprios radialistas.

Um outro “problema” é o excesso de identificação do ritmo com outros gêneros musicais. Como eu disse, o Reggaeton facilitou sua entrada no Brasil através do funk melody. E ele é totalmente compatível com diversos outros ritmos, não só com o sertanejo, o que causa uma certa confusão, principalmente por serem diversos ritmos muito diferentes uns dos outros. Não é como a bachata, que se adapta a gêneros que guardam certa semelhança entre si. E por mais que o sertanejo traga influências dos mais diversos gêneros, o nosso público ainda precisa de uma certa identificação, ainda tem essa necessidade de dizer “isso aqui é sertanejo”. Senão a tendência é acabar caindo em descrédito.

 Bruno & Marrone em cena do clipe de “Duele Mas”, um Reggaeton em castelhano

Se o arrocha e a bachata acabaram sofrendo o mesmo destino, que foi cair na mesmice, produtores e artistas precisam ser ainda mais cuidadosos com o reggaeton, já que ele é muito mais repetitivo que os outros dois gêneros citados. E ainda falta um hit absoluto de Reggaeton no sertanejo para o que ritmo emplaque de vez, assim como “Camaro Amarelo” e outros ajudaram a emplacar o arrocha, ou “Até você voltar” e outros ajudaram a emplacar a bachata. O melhor Reggaeton lançado por aqui até agora não é de um artista sertanejo (“Você partiu meu coração”, do Nego do Borel. Musicão.). Mas pelo volume de lançamentos com esse ritmo que devem estrear nos próximos meses, é provável que esse hit apareça a qualquer momento. E se isso acontecer, lá vamos nós para mais dois anos de um ritmo só ditando as regras do gênero, até que ninguém aguente mais ouvir e o sertanejo busque novamente outra fonte para continuar sua eterna mutação.