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I.U.O. Guilherme & Santiago – Tudo Tem Um Porquê

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Estranho como um nome de disco às vezes guarda sutilezas tão interessantes sobre o trabalho ao qual se refere. “Tudo tem um porquê” é o nome do mais recente trabalho da dupla Guilherme & Santiago. Dupla essa que não conta mais com a base conquistada num programa na TV aberta e nem mais com o respaldo de ser uma das 5 duplas mais requisitadas do segmento, como era há uns 3 anos atrás. Um novo trabalho, numa nova gravadora, e o mais estranho em se tratando de Guilherme & Santiago: um disco só com canções inéditas.

A surpresa do ano, sem dúvida, haja vista que Guilherme & Santiago praticamente ganharam, nos últimos anos, o título oficial de “dupla que mais regrava novatos”. Segundo comentários de bastidores, nem a própria dupla aguentava mais as piadinhas a respeito desse péssimo hábito que cultivaram por sei lá quantos anos. Já estava bem mais do que na hora deles tomarem a iniciativa de renovarem seus métodos. Pode-se dizer até que radicalizaram, se compararmos esse disco aos últimos da dupla.

Fora a minuciosa escolha de um repertório quase que 100% inédito, descolaram o produtor cujo trabalho ajudou a estourar no mínimo 70% dos novos artistas de renome: Pinnochio. Decisão acertada, já que a intenção clara era renovar o próprio trabalho. Exceto pelo fato de o Pinocchio estar se tornando um tanto repetitivo. Culpa da enorme quantidade de produções que coordenou nos últimos anos. Com a escolha do Pinnochio para a produção, ao invés de regravar os artistas novatos, a dupla resolveu transformar seu trabalho praticamente no de uma dupla nova.

Entendam. Até alguns anos atrás, a fórmula Guilherme & Santiago que ainda era seguida à margem das regravações consistia na gravação de canções românticas, daquelas até piegas, como “A,B,C,D,E”, “E pra sempre te amar”, “Som e Imagem” e outras. E eu creio que foi a falta de canções nessa linha que afastou uma parte do público cativo da dupla nos últimos anos. Ora, até um tempo atrás (cerca de 3 ou 4 anos), chegaram a disputar com Edson & Hudson e Bruno & Marrone um lugar no topo da música sertaneja. Hoje em dia, no entanto, disputam “pau a pau” espaço com cerca de 10 artistas com o mesmo nível de popularidade ou até mais. O novo disco traz inúmeras canções com a mesma batida característica das canções que seguem a cartilha “universitária”. O disco todo, aliás, segue mais ou menos o mesmo esquema seguido por Jorge & Mateus, Maria Cecília & Rodolfo e outros: baladinhas alternadas com batidões (forrós, vanerões, chamem como quiserem). Ou seja, o método popularizado nas produções do Pinocchio.

Como eu disse, entretanto, o trabalho do Pinnochio tem se mostrado um pouco repetitivo. Para fugir desse estigma, o próprio maestro utiliza métodos peculiares, como a utilização dos músicos das bandas dos respectivos “clientes” em cada trabalho. De certa forma, esse método de trabalho é amplamente válido, já que nada melhor que a própria banda do artista para deixar o trabalho o mais particular possível. No caso da dupla Guilherme & Santiago, percebem-se diferenças dos outros trabalhos do maestro principalmente na utilização de guitarra em algumas faixas e do teclado de uma forma mais evidente, principalmente nos timbres de piano em alguns arranjos.

Apesar dessa renovação mais escancarada, a dupla ainda foi fiel à fórmula apontada dois parágrafos acima em algumas poucas músicas. Canções como “Noites” e “O amor que eu sonhei” ainda remetem às canções mais comumente gravadas por eles em trabalhos anteriores. Aquelas com romantismo bem evidente e interpretações mais bonitas de se ouvir. Um pout pourrie de rancheiras da dupla Cezar & Paulinho, uma guarânia daquelas bem rasgadas além de uma regravação da música “Amizade Sincera” ainda ajudam a manter esse trabalho com os pés na base da música sertaneja de anos atrás.

Mas a característica mais marcante desse disco, sem dúvida, é a presença de musiquinhas chiclete, com refrões que, se bem trabalhados, pegam facilmente. Canções como “Tá se achando”, “Safada, Cachorra, Bandida”, “Êxtase do Amor”, “Me Leva” e “Que dá vontade, dá” são daquelas que realmente tem potencial para cair no gosto da galera. A música título do disco, “Tudo tem um porquê”, muito boa por sinal, segue a característica das boas canções da dupla Jorge & Mateus: letra forte, bem pensada e melodia agradável.

Sabidamente, escolheram a música “E Daí” como canção de trabalho. O sucesso desta música atualmente demonstra o quanto a escolha foi acertada. Ora, enquanto todo mundo lança baladinhas como músicas de trabalho, Guilherme & Santiago lançam um batidão de boa qualidade, com arranjo e refrão marcantes. Uma atitude que poderia ser imaginada como retrógrada se mostrou, a bem da verdade, ousada. A resposta veio com o bom respaldo do público com relação ao trabalho.

No aspecto visual, a dupla tenta inovar com um palco em formato de ferradura. Talvez em alusão ao local da gravação, já que Jaguariúna é hoje a cidade com o rodeio mais badalado do momento, tirando Barretos. Mas o foco deste disco não é o vídeo e sim o áudio. Isso ficou bem claro. Não se preocuparam tanto com o aspecto visual. Dedicaram-se mesmo às canções.

O disco “Tudo tem um Porquê” está sendo lançado pela Som Livre, que aliás está virando um lugar comum. Entrar nessa gravadora já não é a resposta para os problemas de mais ninguém. Ora, com taaaaaantos artistas de um mesmo segmento numa mesma gravadora, é inevitável que alguns deles sejam jogados para o fim da fila na preferências dos executivos. Ainda mais se a gravadora em questão está esquecendo quase todo mundo em nome de um único artista, no caso o Luan Santana.

No caso da dupla Guilherme & Santiago, trocar a Sony Music pela Som Livre foi o mesmo que trocar 6 por meia dúzia. A resposta para o futuro da dupla parece estar mesmo na figura do experiente empresário Hamilton Régis Policastro, que agora não tem mais no seu casting sua galinha dos ovos de ouro, Daniel, e precisa focar seu trabalho nos outros artistas de seu portifólio. Melhor para Guilherme & Santiago, que já gozam de um certo prestígio, maior pelo menos que o da dupla Hugo & Tiago, do mesmo escritório.

Renovar é preciso, ainda mais quando o trabalho já não demonstra o mesmo pique de antes. Agradar o novo público sertanejo é uma atitude mais que louvável, ainda mais quando os tiros disparados se demonstram certeiros. A música “E daí” é uma boa surpresa na lista das mais pedidas nos bares e nas festas. Prova de que a última cartada da dupla Guilherme & Santiago foi bem pensada. Renovar por que? Agradar um novo público por que? A resposta não é uma fórmula definida. Deve ser pensada por cada artista na sua própria esfera de trabalho. O que se conclui com esse disco, de verdade, é que no segmento sertanejo tudo tem meeeeesmo um porquê. Cabe a cada artista decobrir qual é.

Nota: 9,0