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Jorge e o legado de Zezé e Bruno

Jorge e o legado de Zezé e Bruno

De tempos em tempos a música sertaneja apresenta ao grande público um novo artista que, por uma série de motivos, traz consigo uma capacidade intrigante de arrebanhar “seguidores” como se fosse um pastor de ovelhas. Diferentemente de outros artistas sertanejos da mesma época, estes artistas em questão passam a ser admirados, copiados, respeitados de uma maneira bem superior à que ocorre com os outros. E nem sempre é necessário que eles tenham mais sucesso do que os outros da mesma geração. O que conta é aquele intrigante ingrediente mágico que os torna tão superiores aos demais. Levando em consideração apenas os últimos 25 anos de música sertaneja, é possível listar aqui no máximo 3 nomes da música sertaneja que chegaram a esse patamar. Em primeiro lugar, Zezé di Camargo.

Apesar de já pelejar na música sertaneja por um bocado de tempo, foi só com o primeiro disco com o irmão Luciano que o Zezé conseguiu de fato fazer sucesso. Mas o seu tempo de estrada lhe garantiu grande reconhecimento como compositor de grandes sucessos anteriores ao ano em que ele começou de fato a dupla Zezé di Camargo & Luciano. Mas esse sucesso veio de forma tão avassaladora que, poucos anos depois, uma infinidade de artistas evidentemente inspirados nele começou a surgir pelo Brasil afora. Tentavam imitar seu timbre vocal, sua forma de cantar e até, em determinados casos, sua postura no palco.

Até hoje, aliás, mesmo com o nome “Zezé di Camargo & Luciano” não tão forte como outrora, ainda é possível encontrar por aí vários e vários artistas, jovens ou experientes, que sabem de cor todo o repertório do coronel, incluindo o de sua época solo. Aliás, incorporar o estilo do Zezé di Camargo se tornou na verdade um sinônimo de “cantar para o povo”. Sempre que aparece um artista com essas características, alguns se apressam a denominr o sertanejo praticado por ele como “sertanejo popular”, o que geralmente é premiado com a admiração do público mais popularesco da música sertaneja, que outrora era dominante, mas que agora se volta quase que apenas aos cantores inspirados no Zezé di Camargo.

Com a quebra de paradigma na música sertaneja no ano de 2001, por conta do grande sucesso do DVD “Acústico II” da dupla Bruno & Marrone, esse privilégio acabou sendo concedido pelo destino ao Bruno. Assim como acontecia com o Zezé (e continuou acontecendo – aliás, até hoje ainda acontece), o Bruno se tornou praticamente um exemplo a ser seguido por um punhado de artistas. E a história se repetia. Novamente, artistas novatos surgiam inspirados pela forma de um artista de cantar, de falar e de se portar no palco. Antes era somente com o Zezé di Camargo. Desta vez, além do Zezé, acontecia também com o Bruno.

Aliás, não apenas o Bruno enquanto artista inspirava novatos, mas o estilo de trabalho implantado pela dupla Bruno & Marrone (mais simples e acessível e menos megalomaníaco) passou a ditar o ritmo das mudanças na música sertaneja. De repente, o acústico virou regra, o violão de aço ganhou força, os discos ao vivo se tornaram prioridades e os DVDs sertanejos se tornaram indispensáveis. Anos mais tarde, entretanto, um outro artista passaria a figurar ao lado do Zezé e do Bruno como inspiração para outros artistas que surgiriam depois.

No comecinho da carreira, quando a dupla Jorge & Mateus ainda era desconhecida, o Jorge era apontado justamente como um cantor que se inspirava abertamente no Bruno, comprovando o que eu disse linhas acima. No entanto, com o passar dos anos e o notável amadurecimento musical da dupla, tanto em composições quanto em produções, jeito de cantar e qualidade vocal, o Jorge começou a se revestir da mesma característica que eu disse que até então só o Zezé e o Bruno tinham.

O Jorge hoje em dia é provavelmente o cantor mais “copiado” da música sertaneja. Seu timbre vocal de repente começou a ficar manjado. Várias duplas começaram a pipocar por aí cantando igual ao Jorge, com a interpretação mais aberta e quase anasalada (o que foi melhorando com o passar dos anos) e uma potência vocal absurda. Assim como o Zezé e o Bruno em suas respectivas épocas, o Jorge começou a ser admirado e tratado por outros artistas de sua geração meio que como um “coronel”, aquele a quem muitos recorrem, que muitos apontam como exemplo e que muitos tentam copiar. Hoje em dia em qualquer conversa sobre música sertaneja o nome do Jorge aparece, e sempre com essa conotação “respeitosa”, como se ele fosse um Dom Corleone da música sertaneja, hehe. A diferença dele para o Zezé e para o Bruno, no entanto, reside no fato de que ele chegou nesse patamar com muito menos tempo de carreira que os outros dois veteranos.

O que diferencia estes três cantores de outros nomes de suas épocas tão importantes quanto eles? O Leonardo, por exemplo, começou a fazer sucesso antes do Zezé e depois eles passaram a dividir os holofotes da mídia. Por que, então, essa situação acontece com o Zezé mas não com o Leonardo? Por que não é comum encontrar artistas que se inspirem em artistas de grande sucesso como César Menotti & Fabiano, Daniel ou Victor & Leo tanto quanto é comum encontrar uma “cópia” do Zezé, do Bruno ou do Jorge?

Ah, Marcão, mas se formos pensar assim, olha só quantas cópias de Luan Santana não existem no mercado hoje em dia“. Acontece que eu não vejo esses artistas que copiam o Luan Santana da mesma forma que vejo os que se inspiram no Zezé, no Bruno ou no Jorge. Na verdade eles estão apenas seguindo a onda do momento. Aliás, se pararmos para analisar friamente, 7 em cada 10 cantores que no ano retrasado queriam ser o “novo Luan Santana” hoje querem ser o “novo Gusttavo Lima”. Não vai demorar até que tentem ser o “novo Michel Teló” e comecem a lançar músicas em inglês para o mercado internacional sem que ninguém do Brasil saiba quem são. O que não acontece com os artistas inspirados no Zezé, no Bruno ou no Jorge. Por mais que eles queiram mudar de estilo justamente para evitar comparações com os veteranos, ainda vemos claramente que eles guardam muito do estilo do ídolo que tentam inconscientemente imitar.

Como eu disse, vários motivos intrigantes que não são tão claros quanto aparentam deram ao Zezé, ao Bruno e ao Jorge esse “poder especial” de atuarem como pastores, cada um do seu rebanho de ovelhinhas, felizes por poderem se inspirar no seu ídolo. Porque é sempre bom lembrar que os artistas que se inspiram no Zezé, no Bruno ou no Jorge são fãs antes de qualquer coisa. E por que isso só acontece com uma quantidade incrivelmente minúscula de artistas? Ora, foram 3 nos últimos 25 anos. Será uma pitada extra de carisma que faz com que os outros queiram ser como eles? O fato de terem conquistado grande sucesso? A qualidade perene das músicas gravadas durante toda a carreira? Assim como a fórmula do sucesso, creio que esta é uma pergunta cuja resposta é a mais demagoga e fantasiosa possível. Deus, no alto de sua onipotência, simplesmente disse a cada um deles: “Vai lá, meu filho, é a sua vez de brilhar”. As ovelhinhas só querem brilhar também.