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REVIEW: Luan Santana – Acústico

REVIEW: Luan Santana – Acústico

Como de praxe nos últimos anos, mais uma vez prometi que voltaria a escrever os reviews com mais frequência no decorrer do ano e no fim das contas acabei descumprindo a promessa. De novo. Até agora, só postei um review. E cá estou eu com diversos discos a serem resenhados e menos de 30 dias até o fim do mês de dezembro. Mas, como sempre, vou entregar todas as análises prometidas. É claro que falarei apenas sobre os discos mais relevantes.

Provavelmente, não farei um Mega Review de 20 DVDs como nos 3 últimos anos, por dois motivos: não tivemos tantos lançamentos independentes assim e não quero mais fugir do perfil comercial do blog, já que um review é, além de tudo, uma divulgação de um projeto, mesmo que a crítica não seja tão positiva. Nos últimos anos, eu acabei fazendo, através dos reviews, uma divulgação gratuita de artistas que, por conta disso, deixaram de investir em uma divulgação no blog. Desculpem-me se a minha sinceridade feriu os olhos sensíveis dos leitores mais idealistas, que ficam magoadinhos quando uso termos como “produto” pra falar de artistas ou quando assumo que, sim, o blog cobra para divulgar projetos artísticos. O tempo de ter vergonha de assumir isso já acabou. Todos temos contas a pagar. Mas não quero dizer que falarei apenas de quem pagar. Ao contrário. Continuarei resenhando discos independentes, inclusive de artistas considerados pequenos, desde que os trabalhos tenham uma relevância considerável para o mercado no ano do seu lançamento.

Para finalizar essa introdução, infelizmente tomei uma decisão que pode desagradar muita gente mas que, depois de 8 anos de blogosfera e de tantas mudanças no contexto do mercado e no perfil do Blognejo, parece ser a melhor para a continuidade das análises dos trabalhos lançados por aqui: NÃO DAREI MAIS NOTAS AOS DISCOS. Acabou. Não teremos mais brigas desnecessárias porque alguns leitores sequer lêem o texto e já pulam para a parte da nota e nem serei mal visto pelos artistas que acharam que poderia ter ficado com 0,5 ou 1 ponto a mais. Eu soube recentemente que algumas notas dadas a alguns projetos são sentidas até hoje e, por isso, muita gente deixa até hoje de realizar algum trabalho com o Blognejo (uma entrevista, por exemplo) por causa disso. A nota NUNCA foi o principal, mas infelizmente ela foi encarada dessa forma durante todo o tempo. As pessoas deixam de ler os motivos que justificam a nota e focam apenas naquele pequeno número ao fim do texto, mesmo eu pedindo milhões e milhões de vezes para não fazerem isso. Já que pedir para priorizarem o texto e não a nota não funcionou durante os últimos 8 anos, vamos postar reviews sem nota a partir de agora. Vocês acabarão se acostumando.

Vamos aos trabalhos. Para retomar a série, falemos primeiro do trabalho que até agora não encontrou, a meu ver, concorrente que o batesse como o melhor do ano. Olha, já estou dando até spoiler da lista de melhores discos do ano.

LUAN SANTANA – ACÚSTICO

“Luan Santana é o próximo Roberto Carlos”. Esta frase tem sido ouvida e repetida com cada vez mais frequência nos bastidores da música sertaneja. Além da condução impecável de carreira, a evolução musical e profissional do ex-gurizinho é incontestável. A cada trabalho, ele se mostra mais e mais maduro e consciente de suas escolhas musicais. No projeto “O nosso tempo é hoje”, ele já tinha atingido um nível que parecia impossível de superar. Mas, por incrível que pareça, ele conseguiu.

O projeto “Acústico” consegue ser ainda melhor que o DVD anterior (que o Blognejo já havia apontado como o melhor disco de 2013). É melhor em repertório, em direção de vídeo, na parte musical e, claro, na postura do Luan enquanto artista.

Falemos primeiro do conceito do DVD. A ideia de inserir um “conceito” no projeto já havia sido utilizada no disco anterior, que também foi dirigido pela Joana Mazzuchelli. Depois daquele disco, o que vimos foi uma propagação dessa ideia em diversos outros DVDs, com artistas utilizando durante o decorrer de toda uma temporada todo o arsenal visual aplicado em um projeto, não apenas levando para a estrada o palco visto nos DVDs, mas também mudando logomarcas e fazendo um trabalho de marketing com a mesma proposta. Alguns foram bem sucedidos, outros nem tanto. O conceito vintage deste novo DVD do Luan, por exemplo, vem sendo utilizado desde a gravação.

Neste disco, o formato “acústico” não ficou restrito ao usual. Já que o “acústico” remete a uma atmosfera retrô, essa ideia foi ampliada também ao aspecto visual do projeto. Daí, o conceito do disco. Desde a roupa do Luan, no melhor estilo anos 50, ao cenário do disco, com destaque para a entrada do teatro com letreiros enormes e a banda vestida a rigor. Sem falar da abertura, numa homenagem aos filmes de James Dean, entre outros clássicos nessa linha, e do público também vestido com trajes dos anos 50 e 60. E aliado ao aspecto clássico do disco, a tecnologia do cenário, que dança tanto atrás quanto no teto, em uma cenografia jamais vista em nenhum outro grande DVD sertanejo.

Na parte musical, o conceito também foi aplicado na inserção da orquestra, que levou a coisa do acústico a alguns níveis acima. Muito sopro e muitas cordas nos arranjos e na harmonia, inclusive nas músicas mais antigas do repertório, que tiveram os arranjos renovados. Apenas “Te Vivo” e “Tudo o que você quiser” permaneceram com os arranjos originais. Tudo com o propósito de trazer uma atmosfera mais clássica ao disco.

Falando no aspecto musical, é importante repetir algo que eu já havia dito no review do disco anterior do Luan: incrível como essa parceria entre ele e o produtor Dudu Borges deu certo. Por ter consciência do artista com quem está trabalhando e total liberdade no projeto, o Dudu aplicou coisas que até então ele jamais havia aplicado em outros trabalhos que assinou. Musicalmente falando, é o disco mais grandioso feito pelo Dudu Borges até então. E provavelmente seu melhor trabalho como produtor. Além de toda a orquestra participante, músicos de fora foram convidados para a gravação, como o baterista Aaron Sterling, que trabalha com John Mayer. “Ah, mas fez alguma diferença?”. Ô se fez!!! E como fez!!! Sem dúvida, deu um show à parte.

A grandiosidade dos arranjos do disco só destacam ainda mais a qualidade do repertório escolhido. Nas releituras das próprias canções, Luan Santana inteligentemente deixou de fora algumas que no decorrer de sua carreira foram consideradas aquém do seu talento (“Nêga” e “Sogrão Caprichou”, por exemplo) e priorizou, além dos maiores sucessos, canções que valorizam mais a sua interpretação. O resgate inesperado de duas canções do comecinho da carreira, “Sufoco” e “Falando sério”, acabou sendo um dos pontos altos do DVD, com o público gritando em coro o apelido “gurizinho”, que o Luan usava no começo da sua trajetória de sucesso. Algumas canções mudaram até de ritmo para este disco. “Te esperando” saiu do formato “violão e voz” para um formato completo. E “Amar não é pecado” ficou bem mais agitada que a versão original.

Entre as inéditas gravadas neste disco, houve a evidente preocupação em se gravar músicas com mais conteúdo, com excessão para “Vergonha na cara” e “Eu não merecia isso”, que fazem o lado mais despojado, equilibrando o DVD. E mesmo contendo músicas de outros compositores, a opção do Luan em compor boa parte do repertório de inéditas (todas em parceria com o Dudu Borges, principalmente), denota a intenção dele em ser levado cada vez mais a sério como artista. E não é como se o artista fizesse questão de colocar músicas suas apenas para dizer que o disco é autoral. Ao contrário. São músicas de fato excelentes.

“Chuva de Arroz”, que já se destaca pelo arranjo excepcional, chama muito a atenção também pela letra incrível, assim como “Cantada”, escrita pelo Luan e pelo Dudu em parceria com o Jorge, e “Café com Leite”, que tem a letra mais bonita do disco (também assinada pelo Felipe Escandurras e pelo Marco Carvalho). Sem falar, claro, do canhão que é a música “Escreve Aí”, que dispensa qualquer comentário.

A mixagem do disco também se adequou a essa atmosfera vintage. No começo do hit “Escreve Aí”, que abre o DVD, a textura de vinil é o grande destaque. Mas durante o disco todo é possível observar uma preocupação maior com os detalhes dos instrumentos do que propriamente com os volumes e demais elementos geralmente corrigidos durante esse processo. Ao deixar o som mais natural, valorizou-se mais o aspecto musical do disco do que o técnico, o que foi sem dúvida um dos grandes acertos neste projeto. O disco foi, inclusive, lançado também em formato vinil, o que vai de encontro tanto à mixagem quanto ao conceito vintage do projeto.

O mais impressionante do Luan é que ele vem buscando nos últimos projetos atender a um objetivo diferente do que a quase totalidade dos artistas busca. Pensa-se muito na próxima temporada e em quanta receita vai ser gerada. Apesar de eu sentir que a qualidade dos repertórios subiu consideravelmente no último ano, a maior parte dos artistas esquece que, mesmo as músicas sendo importantes, existe todo um aspecto visual e de marketing que deve ser observado.

Já o Luan trabalha todos estes aspectos de forma igual, sem se desesperar com o quão comercial é o repertório do disco, como fazem a maioria dos artistas. Além de entregar um disco com um repertório impecável, do ponto de vista musical. ele faz todo um trabalho paralelo de marketing que torna seus projetos sejam muito mais que meros DVDs. É um evento que reverbera durante todo o ano que se segue. Tem sido pelos últimos 3 ou 4 anos, por dois projetos consecutivos. Tanto que este disco não encontrou um que o batesse em 2015. E olha que foi um dos primeiros grandes lançamentos do ano.

E se o trabalho de marketing e construção e manutenção de sua imagem já faz dele o artista que ele é, pelo menos em termos de mídia, a parte musical vem acompanhando e crescendo exponencialmente. Cada vez mais o Luan vem se tornando um grande intérprete, um grande artista. Se com este disco a Joana Mazzuchelli mostra porque é considerada a mais criativa diretora de DVDs do Brasil e o Dudu Borges mostra que está de fato no mínimo 10 anos à frente de qualquer outro produtor, pelo menos no que se restringe à música, o Luan dá totais condições para que eles atinjam todo o potencial que têm. Deve ser bom demais trabalhar com um artista tão completo. O novo Roberto Carlos? Ora, alguém ainda duvida?