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Novo Sertanejo X Sertanejo do Século Passado

Será que nenhum artista tem o direito de começar algum dia? Por que tem tanta gente pra cuspir nos “universitários” e criticá-los? Um artista tem que seguir aquele mesmo exato padrão anos 90 pra ser bem aceito? Não pode vir com algo novo, com uma linguagem nova, jovem?

Lembrem-se que nos anos 90 TODOS eram exatamente iguais. Hoje em dia, temos artistas de várias vertentes sertanejas. Como isso é ruim???? O cara tem que cantar gritando pra ter talento? O cara tem que cantar meloso pra ter talento? Por que? Qual a lei que determina isso?

Como é possível que se generalize a falta de talento no chamado “gênero universitário” dessa forma? E as duplas realmente boas, onde ficam? Só por ter poucos anos de estrada e um estilo parecido com o que está na moda, o artista é menos talentoso que os de outrora? Me enoja um artista com anos e anos de estrada e respeito insistir em criticar artistas cujo sucesso não conseguem frear. O passado já era! Me enojam ainda mais pessoas que se dizem cultas aplaudirem esse tipo de declaração e bradarem aos 7 ventos que “universitários” não prestam.

ACORDEM para a realidade, galera. A música sertaneja mudou. Os antigos fazem sucesso, sim, mas por conta do respeito que conquistaram. Como pode um artista que se limitava a somente cantar ser melhor que um que compõe, canta, produz e ainda empresaria outros artistas, por exemplo?

Os anos 90 ficaram no século XX. Vivemos o 3º Milênio, o século XXI, e os anos 90 ficaram onde devem ficar: no século e milênio passados!!! Viva o Futuro!! Sejam Bem-vindas todas as jovens duplas e artistas, ávidas por trazer renovação a um estilo outrora tão alienado!!!

Hoje à tarde eu tive um momento de loucura e saí escrevendo uma atrás da outra essas frases aí de cima lá no Twitter. Não sei se apenas motivado pelas mais recentes e repetidas declarações do Zezé di Camargo, ou se também cada vez mais puto da vida com as campanhas veladas de desprezo ao novo que a gente vê em certos lugares da Internet e na boca dos conservadores. Campanhas essas que nem todo mundo é capaz de identificar.

Esse desabafo no twitter meio que foi intencional. Eu queria mesmo saber qual era a opinião geral. Mesmo que o meu ínfimo universo de seguidores (1614) não parecesse uma fonte de dados tão completa, serviria pelo menos para ter uma noção do que eu precisava saber. Algumas dezenas de replys e mensagens a favor depois (tudo em questão de minutos), com um debate envolvendo desde aquela fã mais simplória do Luan Santana até empresários, artistas e produtores musicais de renome, tive uma constatação: ninguém aguenta mais esse papo.

Ainda não consegui desvendar qual a coerência do argumento dos que atacam as jovens duplas do cenário sertanejo. Zezé di Camargo à parte, as pessoas que costumam bradar contra o “novo sertanejo” utilizam frases do tipo “não cantam nada”, “não tem talento”, “não prestam”, “vai durar dois anos no máximo”, e bla bla bla blaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhh. Qual é a definição de “talento”, afinal de contas? E o que se entende por “cantar bem”?

Lembremos algumas coisas básicas. Nos anos 90, a música sertaneja funcionava da seguinte forma: uma dupla sertaneja de voz aguda com disco produzido quase sempre pelo Cesar Augusto, com músicas que exigiam apenas que o cantor principal alcançasse sempre os mesmos altíssimos tons. A máxima era: “cantar alto = cantar bonito”. E quantas duplas seguiam essas regras? Bem, quase todas. O artista principal, a dupla ou o que quer que seja quase não tinha a preocupação em compor (Zezé foi um dos únicos), em produzir um disco e nada mais que não fosse apenas soltar a voz e tentar se segurar dentro da calça apertada de couro.

vitrola

Os anos passam. O século muda. O milênio muda. Um disco acústico ao vivo traz os primeiros esboços do que seria a nova música sertaneja. 4 ou 5 anos depois, duplas que seguem esse mesmo estilo esboçado por aquele disco acústico passam a ser denominadas “universitárias” por conta do sucesso que fazem com o público jovem. Mais 5 anos depois, 10 anos depois dos primeiros esboços, a chamada “música sertaneja universitária” ainda é tratada como uma novidade, mesmo já tendo quase a mesma idade da fase “anos 90” da música sertaneja. E a realidade do segmento hoje é outra, se comparada com a última década do século passado. O histórico dessa nova fase sertaneja segundo o Blognejo você pode conferir AQUI.

O artista-padrão da música sertaneja de hoje não se limita mais a apenas cantar. Hoje é praticamente uma regra que o artista se preocupe em compor as próprias modas, ou em produzir o próprio disco, ou em se aperfeiçoar em tocar algum dos intrumentos predominantes em seus discos, ou em tudo isso ao mesmo tempo. Hoje não existe mais só um produtor musical de renome. Claro que um ou dois sempre se destacam dos demais, mas o leque de opções é grande. Além do mais, alguns artistas são incrivelmente talentosos também no campo da produção.

Enfim, quem é mais talentoso: aquele que canta ou aquele que canta, produz, compõe e toca um intrumento com perfeição? Tudo bem. Os conservadores dirão: “do que adianta fazer isso tudo se não cantam como antigamente?“. Enfim, aonde está pré-determinado que aquele jeito de cantar dos anos 90 era o único razoavelmente bom? A definição de “cantar bem” é mesmo “cantar em tons agudos tentando cada vez mais provar que consegue alcançar tons mais e mais altos”? Onde ficam os artistas que cantam em tons baixos ou graves, mas ainda assim o fazem de maneira maravilhosa? Onde está esse dicionário no qual o verbete “cantar bem” traz uma definição como essa que eu apontei?

toca-discos

Outro dos argumentos preferidos dos conservadores são os números. Hoje um artista sertanejo não vende mais tantos discos quanto os artistas dos anos 90. Para os conservadores essa seria uma prova de que hoje os artistas já não fazem sucesso como antigamente. Mas será que isso é um fato apenas restrito ao sertanejo? Será que os pagodeiros ou roqueiros de hoje vendem tantos discos quanto os pagodeiros e roqueiros dos anos 90? Óbvio que não. A realidade é outra. O próprio Leonardo reconheceu no palco do Faustão que essa batalha contra a pirataria é uma causa perdida. Não dá mais para ir contra. Ora, se até os pirateiros estão reclamando, afinal hoje em dia você baixa um disco e copia quantas vezes quiser. Aliás, choramingar e pedir a um fã que compre um disco original (cujo preço ninguém pensa em reduzir) chega a ser até humilhante. Essa é infelizmente uma duríssima verdade, por mais que alguns comentários queiram a minha cabeça apenas por dizer algo assim.

Outro argumento costuma dizer que não há mais aquela paixão do fã pelo artista como existia antigamente. Isto é, pelas 3 duplas que dominavam antigamente. Ora, se o amor das “talifãs” pelo Luan Santana, por exemplo, não é como o fanatismo de antigamente, é como o quê então? Com o quê isso parece, afinal? E as outras fãs, de outros artistas, onde ficam? “Mas e os shows, por que os artistas de hoje não fazem mais tantos shows como os de antigamente?“, tentarão bradar os conservadores. Ora, a média de 20 a 25 shows mensais dos artistas de maior sucesso hoje em dia está muito distante dos artistas de antigamente? A não ser que um mês tenha mais do que 30 dias. Caso contrário a diferença com certeza não é muito grande. Ou é?

Por que o lançamento de um bom disco por um veterano representa um tapa na cara dos “universitários”? Sendo mais direto, o que será que um disco como “Double Face” representa para a atual música sertaneja? Será que simplesmente a música sertaneja vai parar de mudar e simplesmente vai voltar como mágica a ser o que era antigamente? Aliás, sendo ainda mais incisivo, o disco 2 do “Double Face” do Zezé é em alguma coisa parecido com a música sertaneja dos anos 90? Está muito mais para anos 70 do que anos 90. E isso não seria um tapa na cara também dos sertanejos dessa referida década????

toca-cd

A música sertaneja passa por ciclos. Já falei isso centenas de vezes, mas parece que tem gente que ainda não entende. Não quero parecer o dono da verdade, mas basta olhar para o século passado. Ora, a música caipira foi dando espaço para as rancheiras e polcas, que depois foram dando espaço para as músicas românticas, que deram espaço para as “universitárias” ao vivo de hoje em dia. Não há registro de retrocesso na história da música sertaneja. As rancheiras e polcas não voltaram a dar espaço para as caipiras. As românticas estilo anos 90 não voltaram a dar espaço às rancheiras e polcas.

O que faz as pessoas pensarem que a música sertaneja de hoje vai simplesmente acabar e aquele estilão anos 90 vai voltar a dominar o mercado, que os discos voltarão a ser produzidos por um único cara, que todo mundo vai voltar a cantar agudo e quem não conseguir simplesmente vai parar de cantar? O máximo que pode acontecer (e vai acontecer) é o surgimento de algum novo estilo dentro da música sertaneja. E ainda veremos, embasbacados, algum artista popular entre os que hoje gostam do dito “universitário” bradando infâmias contra esse novo segmento que ainda vai surgir. E seus fãs o exaltando por tais declarações.

O mundo é assim. Hoje é diferente de ontem e amanhã, inevitavelmente, vai ser diferente de hoje. O público deve aprender, na verdade, a lidar com as mudanças e aceitá-las. Ofender artistas que de certa forma trilham caminhos diferentes dos de outrora não ajuda o segmento e muito menos aqueles artistas que os ofensores acreditam que deveriam estar na cabeça da galera. A música sertaneja ainda vai mudar muito. É um segmento centenário, assim como o samba, o que faz dele um estilo tão brasileiro quanto. E, tal qual no samba, as mudanças continuarão acontecendo, apareça quem for para reclamar e choramingar.