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O Efeito Luan Santana

Sempre que um novo fenômeno aparece na música sertaneja, com uma nova linguagem, é comum o mercado ficar em polvorosa, tentando emplacar algo na mesma linha como um contraponto ao que está estourado. Na rabeira do gigantesco sucesso do Luan Santana, grandes empresários, produtores e gravadoras têm investido suas fichas em artistas tidos como possíveis concorrentes do gurizinho. O problema, no entanto, é o que eu disse num recente texto aqui do Blognejo: não dá para forçar o público jovem/teen a gostar de uma coisa sem ser de forma natural. E deve-se tomar um imenso cuidado para que o artista jovem em questão não seja vendido apenas como uma alternativa ao Luan Santana.

Em sentido horário, começando do topo: Gusttavo Lima, da Som Livre e dos mesmos escritórios das duplas Jorge & Mateus e Maria Cecília & Rodolfo; Dablio Moreira, da Universal; Diego Monteiro, do mesmo escritório da dupla Hugo Pena & Gabriel; Breno & Caio Cesar, apadrinhados pelo Pinnocchio; e Adair Cardoso, também da Som Livre.

O Luan Santana, reitero, fez sucesso junto ao público infanto-juvenil de uma forma inicialmente natural. Eu me lembro bem que no início dessa fase da carreira “pós-gurizinho” ele era vendido como um artista comum. Ele tinha mesmo músicas mais, digamos, “infantilizadas” que os demais artistas da época, como “Chocolate”, “Tô de Cara” e tudo mais. Mas a intenção era ainda mantê-lo um pouco ligado às principais características sertanejas. Regravou até uma moda do Milionário & José Rico em seu primeiro disco de sucesso, em pout pourrie com o clássico “A Loira do Carro Branco”. Acontece que, naturalmente, esse artista jovem, boa pinta, cantando sozinho com gigantesca presença de palco foi conquistando a atenção de uma platéia até então avessa à música sertaneja.

Desde que se percebeu essa atração que o público infanto-juvenil sentia pelo Luan Santana, a carreira dele passou a ser gerenciada de uma forma diferente. Entrou para a Som Livre, onde esse aspecto de sua carreira já pôde ser melhor explorado. A contratação da Dagmar Alba, assessora de imprensa, por exemplo, faz parte dessa mudança de gerenciamento com maior atenção ao público teen. Sem entrar no mérito de sua competência como profissional, o fato é que ela tinha experiência em trabalhar com esse público, já que foi assessora do KLB por vários anos.

O sucesso do Luan Santana se consolidou logo após o lançamento do DVD. E a partir de então já se tinha a real consciência do público com o qual pretendiam trabalhar. E nesse vácuo é que foram surgindo vários artistas que seguiam, teoricamente, a mesma linha do Luan Santana. Mas o erro na divulgação da grande maioria deles reside em tentar vendê-los como os “novos” Luan Santana, partindo do princípio errôneo de que qualquer artista sertanejo entre 15 e 20 anos consegue seguir essa linha. E às vezes até o público preconceituosamente acha que um artista sertanejo que tem a mesma faixa etária, necessariamente está seguindo a mesma linha, o que não é verdade.

Não basta ser jovem apenas para ser adepto de um estilo musical similar ao do Luan Santana. Como eu disse, é natural. O Luan Santana caiu nas graças do público teen, o que não significa necessariamente que outro artista também vai cair só por se parecer com ele. E onde cargas d’água estão achando que é um bom negócio dirigir toda a divulgação de um artista jovem apenas a esse público? Se o público universitário já era demasiadamente instável, o que se pode dizer do público infanto-juvenil?

Os produtos consumidos por essa parcela do público são descartáveis como rolos de papel higiênico. Não dá para contar com uma carreira sólida no futuro se na atualidade a única preocupação do artista é com esse público. Ora, a música brasileira está repleta de exemplos disso. Felipe Dylon, KLB e tantos outros, estagnados. Sandy & Jr foram os que se deram bem por mais tempo, mas os dois cresceram e resolveram seguir caminhos diferentes, o que os salvou talvez do completo ostracismo.

Não vejo na vertente teen da música sertaneja a mesma capacidade em se consolidar como um sub-gênero, assim como aconteceu o sertanejo universitário. Neste, não havia uma concorrência tão explícita quanto há no “teen”. São comuns as provocações e indiretas no Twitter entre as equipes dos artistas que tentam fazer parte dessa vertente, por exemplo. E uma das maiores sacadas da era “universitária” da música sertaneja (que já acabou) sempre foi o lançamento de novos artistas sem que isso significasse exatamente a queda do artista de sucesso que veio antes. Ora, nessa época surgiram Victor & Leo, Cesar Menotti & Fabiano, João Bosco & Vinícius, Jorge & Mateus e mais um monte de gente, mas notem que nenhuma dessas duplas vendeu o próprio peixe com a intenção de substituir o trabalho de outra, como acontece com os artistas vendidos como sendo novos artistas teen. Enfim, por mais falsa que pareça a união da família sertaneja, seria interessante que a parcela “teen” dessa família se comportasse de forma mais corporativista, assim como fizeram seus irmãos mais velhos.

Como eu disse, o rio tem que seguir seu curso natural. É o próprio público que se encarrega de colocar o artista no caminho que ele precisa seguir. O Gusttavo Lima, por exemplo, era frequentemente comparado ao Luan Santana e hoje, após o lançamento de seu DVD, tem se destacado e muito junto a um público que pouco tem a ver com o do Gurizinho. Está estourado, aliás. Mas o sertanejo que ele pratica é mais clássico, mais digerível pelo público de uma forma geral do que o sertanejo exclusivamente teen praticado pelo Luan Santana. Por conta disso, é provável que ele se perpetue na música sertaneja com muito mais facilidade que o Luan Santana, que se não se der conta logo da instabilidade do público infanto-juvenil, corre o sério risco de se tornar mais um na lista dos ex-ídolos da juventude.  E todos nós sabemos que ele é talentoso demais para ficar desperdiçado em programas de quinta categoria da TV brasileira. O sertanejo infanto-juvenil dificilmente vai durar mais que o normal para qualquer fenômeno teen de qualquer natureza. Já o sertanejo propriamente dito, seja ele pop ou clássico, esse sim não morre e seu público sempre será fiel, passe o tempo que passar.