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O sertanejo com cara de pop. Ou vice-versa.

O sertanejo com cara de pop. Ou vice-versa.

Já é sabido que o sertanejo é o novo pop. O ritmo hoje é o que melhor se comunica com a juventude brasileira de uma forma geral. Por isso anda tão em alta. Por conta desse domínio da música sertaneja, o pop e o rock acabaram ficando de lado. Há quem diga que o rock nacional já morreu, inclusive. O que sobrou foram músicos raivosos proferindo declarações e discursos contra a abominável música sertaneja.

Entretanto, há quem pense diferente. Há quem ache que dá pra se tirar o melhor do sertanejo e aplicá-lo dentro da esfera pop. Ou tirar o melhor do pop e aplicar dentro dos mais variados elementos sertanejos. Porque não misturar as duas coisas?

O chamado “mashup”, ou “mash up”, que é a mistura de duas canções pré-existentes de forma a aparentemente formar uma só, geralmente  se cantando ou tocando uma delas sobre a harmonia da outra, está ganhando cada vez mais adeptos. Cada vez mais artistas estão misturando hits sertanejos com canções internacionais conhecidas e postando o resultado na Internet. Além destes, outros tem aproveitado a ideia do mashup para fazer algo derivado, como interpretar hits sertanejos numa pegada pop-rock ou trabalhar hits conhecidos, internacionais ou não, dentro de algum elemento exclusivo da música sertaneja, como o arrocha.

Na verdade, trata-se de um movimento que não abrange apenas a música sertaneja. Provavelmente pela decadência do rock nacional, muita gente viu que se quisesse continuar mantendo o ritmo aceso pelo menos no imaginário do público, seria necessário adaptá-lo à realidade do mercado da música atual. O maior exemplo de mashup hoje no Brasil é com certeza o grupo de pagode Sambô, que além de ter um vocalista cuja voz parece ter saído das grandes bandas de heavy metal americanas, pega grandes hits do rock e transforma em samba e pagode. O mais recente projeto, o DVD Estação Sambô, conta com a participação de artistas como Péricles, Tiaguinho, Sidney Magal e outros.

As armas básicas dos adeptos do mashup são até bem simples: uma estrutura enxuta, num formato o mais acústico possível, uma câmera de alta qualidade, um canal no Youtube e, claro, bastante criatividade para fazer as misturas necessárias. No pagode, o Sambô já se tornou um grupo nacional. Mas no sertanejo o mashup ainda caminha um pouco na marginalidade e o Youtube continua sendo o principal palco dessa galera. Só agora os primeiros artistas começam a receber a atenção de grandes empresários, mas as tentativas de incluí-los em trabalhos nacionais ainda não surtiram o resultado esperado.

leo verao

Para o lado do sertanejo, os pioneiros foram os sul matogrossenses Léo Verão & Daniel Freitas. Quando eles apareceram no Youtube com uma mistura de “Chora me liga” com “I’m Yours”, do Jason Mraz, causaram frisson. De uma hora pra outra, todo e qualquer artista sertanejo começou a tocar essa mistura nos shows. Como a música “Chora me liga” ainda estava sendo trabalhada pela dupla João Bosco & Vinícius e como eles haviam tido péssimas experiências em anos anteriores com liberações de músicas de trabalho para outros artistas, a editora Pantanal conseguiu bloquear o vídeo da música.

Eu entrevistei Léo Verão & Daniel Freitas em agosto de 2009 (!!!), justamente nessa época. A entrevista foi realizada pela Internet, vejam só, via webcam. Relembrem AQUI. Já naquela época se imaginava que aquilo poderia render sim bons frutos. Tempos depois, entretanto, a dupla, que já realizava trabalhos paralelos desde antes de se juntar, acabou se separando de vez. Mas não antes de conquistarem a admiração de boa parte dos profissionais do segmento sertanejo, inclusive empresários. O Léo Verão acabou se tornando amigo pessoal de vários destes profissionais. Há algum tempo, havia gravado um disco solo que contou com a participação do Fernando, da dupla Fernando & Sorocaba, e também participou do DVD “A Festa”, da dupla João Bosco & Vinícius.

Mas como eu disse acima, é um pouco mais complicado do que parece tornar o mashup algo aceitável do ponto de vista legal. A música que ele gravou com a dupla João Bosco & Vinícius no DVD, justamente a mistura de “Chora me liga” com “I’m Yours”, acabou sendo excluída da versão final do disco por falta de liberação por parte do Jason Mraz. Aliás, este é provavelmente o maior entrave à popularização definitiva dos mashups. Os donos das músicas originais precisam liberar as músicas. E como a maioria dos adeptos de mashups são artistas independentes, que ainda não contam com grande investimento, fica complicada a negociação com eles.

O movimento iniciado por Léo Verão & Daniel Freitas acabou motivando vários outros jovens artistas a partirem pra essa mesma linha. Provavelmente percebendo o interesse do mercado, a dupla voltou a se reunir recentemente e passou a contar com o apoio oficial de um dos empresários da dupla Jorge & Mateus, o Wendell Vieira, que também é sócio da rede de casas noturnas Villamix, onde a dupla tem se apresentado com bastante frequência. E a ideia é torná-los conhecidos nacionalmente, inclusive com projetos de grande porte. E mesmo após todo esse tempo separados, a dupla ainda mantém o status de principal nome deste novo sub segmento sertanejo. Só pra lembrar, o canal oficial dos caras no Youtube, que reúne apenas os vídeos feitos desde que eles retomaram a parceria e já conta com quase 800 mil exibições, é esse AQUI.

lu e robertinho

Na mesma linha, a dupla Lu & Robertinho também tem obtido muito destaque com um trabalho que segue a mesma estrutura básica: misturar canções internacionais de sucesso com hits da música sertaneja. O canal da dupla no Youtube conta com 35 vídeos e já acumula mais de 9 milhões de views (!!!), o que dá mais de 250 mil views por vídeo. Mas ao contrário de Léo Verão & Daniel Freitas, que partiram do pop para os mashups, a dupla Lu & Robertinho parece ter uma origem mais voltada à música sertaneja. Pelo menos é essa a impressão que se tem quando vemos os dois clipes das canções inéditas que eles postaram no mesmo canal.

d3

Tirando os mashups básicos, ou “puros”, na falta de uma expressão melhor, praticados pelas duplas acima, já começam a aparecer no Youtube artistas que fazem algo derivado. Com 9 anos de estrada, a dupla independente Acústico D3 apresenta uma proposta bem diferente: 8 instrumentos, mas 2 músicos apenas. E de uns tempos pra cá eles têm postado diversos vídeos no Youtube sempre com a mesma ideia: transformar hits sertanejos em canções pop. Clique AQUI para acessar o canal oficial.

thiago farra

Outro que tem feito um tipo derivado de mashup e tem chamado muita atenção é o Thiago Farra, que se tornou um especialista em transformar grandes hits, principalmente internacionais, em arrocha. A primeira incursão nessa vibe foi a versão arrocha do megahit internacional Gangnam Style. Depois disso, quase toda semana ele posta um ou dois novos vídeos. O único não internacional até agora foi a versão arrocha de “Esse cara sou eu”. Depois disso, ele tem priorizado mais artistas pop internacionais. Detalhe: o cara era vocalista de uma banda de rock chamada Black Vegas, hehe. Vejam o canal oficial AQUI.

Estes são alguns dos projetos de mashup sertanejo que tenho acompanhado. Não sei se tem mais algum artista fazendo algo do gênero. Se souberem, citem nos comentários. A maior semelhança entre todos estes projetos é o caráter independente e “marginal” dos artistas. Como eu disse, o mashup na música sertaneja ainda não conquistou a adesão total do público. Por incrível que pareça ainda há quem ache uma grande bobagem, ou que fique indignado ao ver um grande hit sertanejo ser transformado em uma canção pop, ou uma grande canção pop ser transformada em arrocha. “Isso é absurdo”, dizem os mais conservadores. Acontece que a música sertaneja parece sim, apesar das críticas recentes, caminhar para um lado mais criativo e ousado. Os mashups se encaixam bem nessa linha. Não acho que vai demorar para mais empresários começarem a prestar atenção nos artistas que praticam o gênero. E daí para a adesão das gravadoras e o consequente fim da “marginalidade” é um pulinho.