https://luckbet.tw/https://hotbet.tw/https://bigbet.tw/https://luckbet.tv/https://hotbet.tv/https://bigbet.tv/https://luckbet.store/https://hotbet.store/https://goodbet.store/https://bigbet.store/https://luckbet.shop/https://goodbet.shop/https://luckbet.rest/https://hotbet.rest/https://goodbet.rest/https://bigbet.rest/https://luckbet.org/https://luckbet.ltd/https://hotbet.ltd/https://goodbet.ltd/https://bigbet.ltd/https://goodbet.live/https://luckbet.club/https://bigbet.club/https://luckbet.biz/https://goodbet.biz/https://luckbet.bar/https://hotbet.bar/https://goodbet.bar/https://bigbet.bar/ O que é, de fato, o sucesso? - Blognejo

O que é, de fato, o sucesso?

O que é, de fato, o sucesso?

É um tema corriqueiro nas rodas de conversa. Quem está estourado e quem não está. E mais comum ainda é o desdém com que se refere àqueles que, de acordo com os que estão debatendo, não estão estourados. Mas o que me intriga em todo esse debate é a forma com que se refere ao tal sucesso. Afinal de contas, o que ele é? Quando um artista pode dizer finalmente que tem, sim, sucesso? E quando é que, de fato, esse sucesso deixa de existir na vida do artista?

Esse desdém com que se trata quem teoricamente ainda não faz ou já fez mas não faz mais sucesso é de fato estranho. Afinal, qual a noção exata que as pessoas têm do sucesso? Pra mim, sucesso é algo que só pode ser medido subjetivamente, isto é, caso a caso, individualmente. Algumas pessoas são mais ambiciosas que outras. O mundo sempre foi assim. Mas o que acontece acerca da discussão sobre o sucesso é o atrelamento do mesmo a essa ambição. Na cabeça da maioria, sucesso é estar acima dos demais. Quando não há mais o que superar, aí sim pode-se dizer que o artista está fazendo sucesso.

É aí que entra, no entanto, a subjetividade do conceito. E se o artista não for tão ambicioso quanto os demais? Se ele quiser apenas fazer seus 8 ou 10 shows por mês, tocar no máximo 3 vezes por semana ao invés de 6 e ter dinheiro para comprar um carro decente e pagar a mensalidade da escola particular dos filhos e ter a sua casa própria, num bom bairro da cidade onde nasceu? Se ele quer ter apenas a sua fazenda com algumas cabeças de gado, onde ele pode descansar nos dias em que não está trabalhando? No momento em que ele conquistou isso, será que já não dá pra dizer que o artista conquistou a sua meta pessoal de sucesso?

Geralmente a comparação de valores de shows é usada como argumento para justificar o sucesso deste e o fracasso daquele. Alguns não aceitam que um artista possa ter sucesso fazendo shows com cachês num valor abaixo de 50 mil. Agora eu pergunto? Como é possível dizer que um artista que faz 8 a 10 shows por mês com cachês de 30 a 50 mil em média não faz sucesso, ainda que à maneira dele?

O que se observa num segmento onde todos tentam derrubar todos e todo mundo quer sempre mais e mais e mais e maaaaaais é que a definição real de sucesso foi perdida. O sucesso real nunca é alcançado. Ele foi substituído pela ambição desenfreada. O “suficiente” não existe mais. O topo é a única meta imaginável. E manter-se no topo é a única hipótese aceitável. Quando um artista que até alguns meses atrás estava no topo começa a ser “ultrapassado” por outros, ou começa a sofrer alguns reveses em shows, como cancelamentos por falta de público suficiente (o que acontece com quase todos, não se iludam) ou diminuição do cachê ou da arrecadação, ele de repente passa a ser massacrado, execrado, humilhado durante as rodas de conversa realizadas nas costas dele.

Será que o que esse artista conquistou até aquele momento não vale de nada? Será que todo o patrimônio que o cara acumulou, que muitas vezes costuma ser suficiente para o cara nunca mais ter que cantar pelo resto da vida, deve ser ignorado? O cara já conquistou o sucesso. Mas aos olhos dos profissionais de música sertaneja, entre eles radialistas, contratantes, artistas, o fato de o cara não estar mais no mesmo patamar de antes é praticamente um sinônimo de fracasso.

A subjetividade do sucesso deixou de ser considerada. Um artista só faz sucesso quando os outros profissionais do meio reconhecem isso. Ele próprio parece não ter o direito de se considerar um artista de sucesso. O fato de ele ter alcançado os seus principais objetivos é irrelevante. O círculo de relacionamentos no meio sertanejo trata logo de imputar-lhe a idéia de que aquilo que ele já tem não é o suficiente. Como eu disse acima, o “suficiente” não pode existir numa carreira artística. Pelo menos aos olhos da maioria.

E é claro que essa noção distorcida, objetiva do sucesso, que leva em conta o aspecto geral e não o pessoal, é que causa essa crise de criatividade que acompanhamos dia após dia. Fulano começa a se destacar com determinado tipo de canção e logo aparecem centenas, talvez milhares de outros artistas tentando pegar carona naquilo com a ilusão de que podem chegar pelo menos no mesmo patamar daquele cara. Encarar o sucesso como algo objetivo faz com que as pessoas deixem de buscar as próprias metas e passem a se preocupar apenas com aquilo que o senso comum afirma ser o correto.

Um artista que busca o sucesso, mas de forma subjetiva, não se prende a regras. Ele não grava o que é tendência. Ele não liga para programas de TV. Num mundo ideal, o sucesso de um artista seria reconhecido sempre que o sorriso no rosto dele pudesse ser contemplado. Ele seria feliz fazendo aquilo que gosta, cantando músicas que ele gostaria realmente de cantar, ainda que nem tanta gente assim estivesse interessada em ouvir. Ainda que estivesse há 50 anos tocando em barzinho. O sucesso enquanto “explosão” daria lugar ao sucesso enquanto satisfação pessoal. E talvez essa forma de sucesso seja a única realmente autêntica.