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Por que os escritórios estão desistindo de trabalhar seus novos artistas?

Por que os escritórios estão desistindo de trabalhar seus novos artistas?

Muitos de vocês devem estar esperando eu postar aqui no Blognejo a nossa tradicional e famigerada lista de apostas semestrais. Sim, estou meio atrasado, mas isso se deve a uma série de eventualidades que vem acontecendo nos últimos 8 meses na minha vida pessoal. Agora, entretanto, pretendo retomar o trabalho com a mesma dedicação de outrora. E um dos primeiros passos é trazer a nossa lista para este semestre. Mas antes de trazer a lista, eu preciso escrever a respeito de um assunto que vem me incomodando (e provavelmente a muitos de vocês) e influenciando diretamente o trabalho dos artistas que a gente costuma trazer como apostas.

Diversas vezes, tratei por aqui do assunto “geladeira”. Escritórios mantinham artistas encostados por sei lá quanto tempo até achar que a hora de trabalhá-los havia chegado, o que frustrava artistas, fãs e o mercado. Ninguém nunca entendeu bem os motivos que levavam um escritório a manter um artista em seu casting se a intenção não era trabalhá-lo logo de uma vez. De uns dois anos pra cá, no entanto, a “geladeira” evoluiu e acabou se transformando num processo ainda mais frustrante: artistas que não apresentam resultado imediato são simplesmente dispensados, seja em comum acordo, seja por iniciativa própria ou por uma decisão do próprio escritório.

Só no último ano, escritórios como Workshow, Audiomix e FS, os três maiores do Brasil, encerraram contratos com alguns de seus artistas porque os mesmos não apresentaram o resultado esperado. Tudo bem que estamos falando de decisões administrativas que devem ser tomadas até mesmo para evitar maiores prejuízos, mas não seriam essas decisões muito precipitadas? Alguns artistas sequer tiveram seus trabalhos lançados de forma devida e foram dispensados ou pediram para sair sem terem passado pelo teste das ruas, sem terem feito um showzinho sequer. Consequentemente, artistas até então tidos como grandes apostas simplesmente ficaram a ver navios.

Alguns motivos para esse estranho “fenômeno” devem ser considerados, até mesmo para entendermos porque algumas apostas acabam se mostrando infrutíferas.


* Necessidade de Aceitação Imediata

A velocidade das redes sociais, da Internet em geral e da reação popular tem sido determinantes no que diz respeito a esse tipo de decisão. Antigamente, um artista lançava um disco por ano, trabalhava uma música nova a cada 3 meses e esperava a data certa para a virada da faixa. Hoje em dia, a coisa mudou completamente. Uma música que não alcança o resultado esperado logo de cara é substituída em tempo recorde. Um projeto inteiro, então, é simplesmente descartado se a reação imediata do público não for positiva. Mais do que positiva, aliás. Cada vez mais os escritórios exigem dos próprios artistas que eles sejam um “pipoco” imediato. Nada de lançamento meia-bomba. O cara tem que ser uma explosão instantânea, senão entra na lista negra da dispensa.

O problema aqui é que os escritórios estão deixando até de testar seus produtos antes de decidir pela dispensa. Cada vez mais, leva-se em conta apenas o burburinho dos primeiros meses. Não se coloca a música nas rádios, divulgador nas estradas, não se realiza sequer um show com o artista para testá-lo junto ao público. Se a galera não comenta, não se trabalha. Simples assim. Mas isso acaba sendo um paradoxo total, afinal como é possível saber se um artista vai dar resultado se a música dele não está nem no rádio? Usar apenas o engajamento das redes sociais e do Youtube como parâmetro acaba sendo algo muito restrito. O artista precisa estar em contato direto com o público, até mesmo para saber se o público vai de fato aceitá-lo bem, seja através de shows de rádio, de visitas a emissoras, entre outros artifícios.


* Ausência de Investidor

Já é de conhecimento geral que sem dinheiro não dá pra se trabalhar um artista. O problema é que, cada vez mais, os escritórios se eximem da responsabilidade de investir em um artista e incluem parceiros para suprir essa lacuna, tomando para si apenas a responsabilidade pela realização do trabalho. Acontece que, em tempos de crise, investimentos como esse, na área de música, apresentam bem mais riscos que investimentos em outras áreas, o que afasta potenciais investidores. E sem um investidor, o escritório simplesmente não trabalha o artista.

Agora, custa a entrar na minha cabeça uma coisa: se o escritório tira a sua receita de um trabalho na área de música, o que o impede de usar o lucro obtido com seus artistas mais bem sucedidos para fazer com que os novos do seu casting cresçam? Os próprios escritórios declinam de investir em seus próprios artistas e esperam até que apareça alguém disposto a pagar essa conta. Mas como convencer alguém a investir em um produto no qual você, mesmo tento dinheiro em caixa, não pretende investir? Mais uma vez, um paradoxo completo.


* Crise

O país está quebrado. Isso é um fato incontestável. O poder de compra da população está baixíssimo. Os shows estão gerando receitas cada vez menores. Logo, produtos novos que não apresentam condições de gerarem receitas consistentes em um curto espaço de tempo são dispensados. Simples assim. Se antes era possível para um escritório deixar um artista na geladeira e manter uma engrenagem toda funcionando apenas para mantê-lo, hoje em dia não funciona mais dessa forma.

A mentalidade atual dos escritórios é a de que não vale a pena manter uma estrutura funcionando para um artista que não vai dar resultado imediato. É um gasto desnecessário. Em resumo, a crise afetou até a existência da “geladeira”. Ou dá resultado logo ou tchau e bença. Quase ninguém mais quer manter artistas apenas por manter.


* Ansiedade dos Artistas

Às vezes, o próprio artista acaba sendo responsável pela própria dispensa ou decide seguir seu próprio caminho ao ver que o escritório perdeu o “tesão” pelo seu trabalho. Mais uma vez, fruto do imediatismo perigoso do mercado sertanejo. Se antes o cara sabia esperar a hora certa de ver o seu trabalho acontecer, cada vez mais ele anseia pelo sucesso instantâneo. Se o escritório não trabalha o artista no momento, o artista se frustra e tende a buscar uma outra parceria ou a própria independência. Ou a cobrar do escritório um trabalho que não pode ser realizado no momento. Às vezes porque o escritório não está em boas condições financeiras naquele momento, ou porque o momento do mercado não é favorável para um artista naquela determinada linha, ou porque a prioridade do escritório naquele momento é consolidar primeiro o trabalho de um outro artista.

Talvez não haja melhor exemplo para provar ao artista que é possível ter, sim, paciência do que Matheus & Kauan. Por anos, a dupla ficou na “geladeira” da Audiomix esperando chegar a sua hora de ser devidamente trabalhada. Alguns grandes projetos, inclusive, foram lançados sem que se obtivesse o resultado esperado logo de cara. Hoje, entretanto, a dupla se tornou uma das principais do mercado sertanejo. É claro, entretanto, que eles são um raro exemplo de que quando vale a pena ter paciência. E ninguém tem bola de cristal para saber se basta só esperar para ver o trabalho acontecer.


Está cada vez mais complicado “apostar” em novos artistas porque, cada vez mais, os escritórios mudam de posição quanto ao trabalho dos mesmos de uma hora para a outra. Um artista que hoje é considerado o próximo Luan Santana, daqui a alguns meses já não vê seu nome circular mais por nenhuma roda de conversa. E muitas vezes o leitor acaba cobrando do blog o resultado de uma aposta que dependia apenas do trabalho do escritório, que não foi devidamente realizado por conta desses fatores que eu enumerei.

É um pouco triste ver que o mercado sertanejo cada vez mais funciona baseado em decisões meramente administrativas. Tiram o artista do anonimato, gravam um grande projeto, enchem o coração da pessoa de sonhos e, poucos meses depois, o dispensam. Os escritórios não se importam mais com o lado humano. E na verdade nem deveriam mesmo. Mas que essa frieza é bem frustrante, ah isso é. Só espero que na nossa próxima lista de apostas o leitor possa levar tudo isso que eu disse em conta antes de comentar.