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Sertanejo Internacional: Utopia ou Possibilidade Concreta?

Sertanejo Internacional: Utopia ou Possibilidade Concreta?

Virou um frenesi. A música “Ai e eu te pego” explodiu mundialmente e agora não apenas o Michel Teló como vários outros artistas tentam aproveitar o súbito interesse internacional na música sertaneja brasileira. Mas será que isso não é sonhar alto demais? Será que os sertanejos não estão começando a “pular o corguinho”? Ou realmente o destino mais provável da música sertaneja é a absoluta consagração internacional?

O estouro internacional de um artista podia se dar pelo caminho fácil ou pelo difícil. Qual o caminho fácil? Falar e cantar em inglês. Artistas americanos ou ingleses sempre tiveram uma facilidade maior de encontrar o caminho do sucesso internacional. O estouro internacional é quase instantâneo.

O caminho difícil é a via crúcis do sucesso degrau por degrau, isto é, primeiro no país de origem, depois nos países de mesmo idioma ou com cultura semelhante e, depois, uma preparação minuciosa do artista para entrar de cabeça no mercado americano. Esse caminho foi percorrido por diversos artistas latinos. Shakira, Ricky Martin e outros fizeram sucesso em seus países e na América Latina, inclusive no Brasil, para depois se arriscarem numa empreitada pelo mercado dos Estados Unidos, que é de fato o que define o real sucesso internacional.

Interessante, também, imaginar que geralmente isso se dá com artistas que cantam em espanhol, que hoje é segundo idioma mais falado nos Estados Unidos por conta dos imigrantes. O que reforça a tese de que o sucesso internacional só pode ser “carimbado” de forma definitiva depois que os americanos aceitam o artista postulante a esse sucesso. Os americanos infelizmente ainda mandam no que é consumido pelo resto do mundo, culturalmente falando. Achar que é possível conquistar uma sólida carreira internacional sem o apoio dos americanos é uma ilusão.

Fora que os americanos são preconceituosos, ignorantes e alienados, muuuuuito mais que os brasileiros. Para eles, falar inglês é obrigação para qualquer pessoa de origem estrangeira. Qualquer um que não o faça é ridicularizado, humilhado. Eles não se interessam pela cultura dos outros países, mas não aceitam que as pessoas de outros países não se interessem pela deles.

Os sertanejos enfrentam antes de mais nada esse problema. Cantam em português e mal sabem falar o inglês que aprenderam no primário, exceto por algumas raras exceções. A música “Ai Se eu te pego” não explodiu por causa da letra em português, mas sim por conta da linguagem universal que ela proferia: a da dança. A coreografia da música é que foi o ponto de partida para esta corrida pelo ouro travada por uma série de artistas. O Michel sabiamente está colhendo os louros (o louro colhendo os louros, ba dum tssss) do sucesso que a coreografia da música proporcionou a ela ao redor do globo. Mas o que vem a seguir ainda é uma incógnita.

Outro problema é o intenso regionalismo do trabalho dos sertanejos. As características são muito peculiares, pensadas para determinado tipo de público, com determinados tipos de instrumentos, o que afasta o interesse de pessoas de outras culturas. Alguém se lembra de algum artista que ficou mundialmente conhecido e conseguiu manter esse sucesso com músicas gravadas com sanfona e coisas do tipo? Para se dar bem lá fora, seria necessário uma completa adaptação, com o consequente abandono das principais características sertanejas. Será que os artistas do segmento estão preparados pra isso? Arriscar perder toda a credibilidade junto ao seu já firmado público brasileiro para tentar um sucesso internacional que historicamente é tão possível de se conquistar quanto uma visita à lua?

Outro problema: a velocidade das informações hoje em dia. Se no Brasil as coisas já acontecem com uma velocidade absurda, se as pessoas aqui já se interessam por uma coisa na mesma velocidade com que se desinteressam meses, semanas ou até dias depois, imagina na Europa e, principalmente, nos EUA. O Michel demorou a se movimentar no intuito de aproveitar o sucesso na Europa. Mas ainda deu tempo. Tem participado de diversos programas de TV na Europa e sua agenda de shows já conta com apresentações marcadas em lugares fora do batido eixo percorrido pelos brasileiros, onde se toca quase que apenas para os brasileiros que moram por lá.

Mas e depois, como é que vai ser? “Oh, If I catch you” já começou a ser apresentada para o mercado americano, inclusive em veículos tradicionais como o portal Windows Media Guide. Mas ao contrário do que aconteceu com artistas como a Shakira e o Ricky Martin, citados mais acima, o Michel sequer teve tempo de passar por um período de preparo para enfrentar o ultra concorrido mercado dos Estados Unidos, assim como qualquer outro artista sertanejo que vislumbra esse público. Na verdade, talvez o Alexandre Pires tenha sido o único artista brasileiro a seguir a cartilha corretamente, mas ele interrompeu o processo para voltar ao Brasil, então…

Ironicamente, os próprios americanos sabem de todos os problemas que impedem os brasileiros que se consagrarem no exterior. A reportagem recente da Forbes a respeito do Michel e que ainda mencionava a Paula Fernandes explicou muito bem o quão difícil tudo isso é para um brasileiro. O que é mais estranho, no entanto, é que os próprios sertanejos não parecem estar se dando conta dessas dificuldades.

Falando de forma mais clara, os sertanejos parecem estar um pouco deslumbrados com a possibilidade de se consagrarem no exterior. Tudo bem querer aproveitar o bom momento e o interesse dos estrangeiros pelo estilo de música cantado pelo rapaz da dancinha do “Ai se eu te pego”. No exemplo mais recente desse deslumbramento, o Luan Santana disse no programa da Eliana que “não queria saber de fazer shows para brasileiros em boates pequenas”, o que já causou a revolta dos brasileiros que moram por lá. Vejam só:

O problema é que essa ainda é a realidade dos artistas sertanejos no exterior. Não é porque o Michel está se dando bem com uma música que funcionou muito mais por causa da dança do que da própria música que os artistas sertanejos vão explodir fora do Brasil. É necessário todo um planejamento, uma preparação, cartilha essa que parece estar sendo mais corretamente seguida no momento pela Paula Fernandes, que já gravou uma música com o Michael Bolton e outra com a Taylor Swift. E ainda vai gravar uma participação no DVD Acústico MTV do Juanes. Dentre os artistas sertanejos que estão visando o mercado internacional, a Paula Fernandes é a única com músicas em inglês no curriculum. Já gravou um disco inteiro em inglês, inclusive. Ela, aliás, canta bem em inglês, o que é crucial. Qualquer derrapadinha no sotaque, seja cantando ou falando, já é mal vista pelos americanos.

Com a copa e as Olimpíadas se aproximando, é provável que haja cada vez mais interesse estrangeiro no Brasil. Os sertanejos podem inclusive se beneficiar com isso. Talvez até lá ainda dê tempo de se preparar, de pavimentar de forma mais sólida o caminho da consagração no exterior. Estourar fora do Brasil já é dificílimo. Manter o sucesso lá fora, então, mais difícil ainda, pra não dizer impossível. E a base deve ser bem mais sólida. Por maior que a música “Ai se eu te pego” tenha se tornado, ela não pode sozinha segurar toda essa gente que quer porque quer estourar lá fora. E se o mercado sertanejo brasileiro já é multimilionário, imagina só o mercado da música internacional. Por mais gastões que os sertanejos da atualidade sejam, será que estão financeiramente preparados para essa empreitada?

Em tempo: parece que cancelaram a turnê que o Luan faria nos EUA essa semana. Por aí já se vê como andam as coisas…